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Falem mal, mas falem de mim - A propaganda da Gillette & Neymar e o marketing

A propaganda que o Neymar desabafa sobre a sua vida e atuação no campo tem gerado muita polêmica. Entre tudo que li achei interessante o artigo abaixo publicado no Linkedin e escrito por Erich Beting, CEO Máquina do Esporte.
No artigo o autor expressa a máxima "falem bem ou falem mal, mas falem de mim".

O que você acha? A propaganda foi uma boa para a Gillette?

Confira neste link ou abaixo.





A publicidade goleou o marketing esportivo


Erich Beting Influence

CEO Máquina do Esporte

A campanha da Gillette com o manifesto de Neymar pode ser colocada como uma daquelas enormes sacadas publicitárias que vão contra tudo o que apregoa o marketing esportivo, mas que, no final, mostram que não há melhor remédio contra a crise do que criar um fato novo.
Por que, como especialista em marketing esportivo, eu nunca teria feito esse vídeo?
Neymar ainda não entrou em campo para poder responder às críticas justas e ao mesmo tempo um tanto quanto exageradas (tal qual ele) sobre seu rendimento esportivo durante a Copa do Mundo.
Nas entrevistas que deu após a Copa, Neymar adotou um tom de certo deboche contra essas críticas, mostrando não estar muito preocupado com a necessidade de mudar seu jeito de ser.
Entre fazer um vídeo caseiro, sem maquiagem publicitária, ou adotar a via comercial, Neymar preferiu o segundo caminho. E isso abre ainda mais espaço para uma nova saraivada de críticas, sobre falta de autenticidade, jogada de marketing, topa tudo por dinheiro, etc.
Ou seja. A campanha pode até ser perfeita como estratégia de comunicação. Mas, racionalmente, não é a hora para isso. Não há clima esportivo para tanto, Neymar ainda precisa provar em campo que vai se reerguer.
Esse é a lógica racional. Uma ótima campanha, mas na hora errada.
Mas é aí que precisamos calçar as sandálias da humildade e dar a mão à palmatória para os publicitários e suas sacadas arrojadas. Por que ela mostrou que a velha máxima do “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”, tem muito valor.
A Gillette tomou para si a dor de Neymar. E isso é mais do que mostrar uma forma de apoio a seu patrocinado.  Neymar carrega hoje mais de 15 marcas ao seu lado. Nenhuma delas teve a “ousadia e a alegria” de defender um de seus mais preciosos garoto-propaganda.
Quase 25 dias depois de o Brasil ter sido eliminado da Copa do Mundo, Neymar voltou com tudo às manchetes. E trouxe consigo a Gillette, que por uma questão legal pouco pode fazer do seu valioso contrato durante o período do Mundial, mas que agora, legalmente livre para usar a imagem de Neymar, deitou e rolou (perdão, mas é impossível não usar o trocadilho).
Entre mais que uma dezena de patrocinadores, quem realmente deve ser lembrada ao lado de Neymar, no frigir dos ovos, será a Gillette.
Neymar, por sua vez, provou novamente que tudo o que faz toma proporções gigantescas. E isso, para o mercado publicitário, é um atrativo tão grande quanto aquilo que é feito dentro de campo. Além disso, alguns formadores de opinião no exterior entendem que, ao aceitar fazer uma propaganda como essa, Neymar mostra a virtude da humildade em admitir seus erros.
Como marqueteiro do esporte, nunca teria aprovado uma ação dessas. Só que, ao ousar defender o seu astro, a Gillette conseguiu gerar enorme repercussão em torno de sua marca. E Neymar, também, a começar o trabalho de recuperação do prestígio. Para isso ser completo, agora, é preciso entrar em campo! E provar que ele é, de fato, um novo homem a cada dia...
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Ainda não tem conta no Linkedlin? Tá esperando o quê? Esta rede social é uma ótima forma de trabalhar o seu marketing pessoal. 🙌😉

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